terça-feira, 12 de março de 2013


Cartas ao léu

Projeto de criação de uma agência comunitária dos Correios no Parque Jair não se concretiza. Desinteresse acentuado do Governo Municipal e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é a causa para o descaso

Por Fernando Atallaia
Da Agência Baluarte

Mesmo diante de todos os esforços do ativista social Marco Aurélio Ferreira de levar até o Parque Jair uma agência comunitária dos Correios que pudesse beneficiar as centenas de famílias daquele bairro com uma adequada distribuição de correspondências, o desinteresse do Governo Municipal de São José de Ribamar e da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos pelo projeto foi bem maior a ponto de neutralizar a iniciativa.

Denúncias recentes chegadas à redação da Agência Baluarte dão conta de que a distribuição de cartas naquela localidade está funcionando de forma precária e rudimentar e em total informalidade. A situação vem prejudicando os moradores do bairro que já não sabem o que fazer. Segundo o vendedor Antônio Carlos, as caixas postais existentes na localidade operam de forma desordenada, consequência da não implantação da Agência no bairro.

Marco Aurélio(ao centro) com diretores dos Correios e lideranças comunitárias do Parque Jair: ele fez o possível

‘’ Não existe um controle das correspondências, está tudo jogado às traças, já aconteceu de uma carta minha ir parar na casa do vizinho e na rua ao lado e quando fui vê era uma cobrança e meu nome foi parar no SERASA porque eu não sabia da existência da carta’’, lamentou o ribamarense.

O empenho de Marco Aurélio em relação à questão levou à época o então secretário de Planejamento da prefeitura municipal, Rodrigo Valente (que representou o Governo Municipal em todas as etapas do processo que levariam à implementação do projeto) a sinalizar positivamente pelo advento da agência comunitária. O secretário chegou inclusive a reunir-se com a direção dos Correios no sentido de estabelecer um convênio para locação do imóvel onde possivelmente a Agência funcionaria. A parceria não saiu do papel.

Marco Aurélio com o diretor dos Correios José de Lima Brandão e com o então secretário de Planejamento Rodrigo Valente: prefeitura preferiu manter as cartas ao léu e o  bairro na clandestinidade


‘’ Não houve interesse nem do Governo Municipal que seria o responsável pela locação do imóvel onde a Agência funcionaria e nem da direção dos Correios que é responsável pela prestação dos serviços, o resultado estar ai, um dos bairros mais populosos de São José de Ribamar vivenciando esse incômodo da má distribuição, um tamanho desconforto enfrentado, diariamente, pelos moradores’’, explicou Marco.

Bairro na clandestinidade- A comunidade Parque Jair em São José de Ribamar é formada por milhares de ribamarenses, constituindo-se um dos bairros mais populosos do município. Contraditoriamente, o bairro ainda não é reconhecido como distrito da cidade. Sem as prerrogativas de distrito, tanto o reconhecimento do IBGE quanto a implementação de projetos para adequação e distribuição de serviços que envolvam entrega de correspondências pelos Correios  fica inviável. Os Correios em tese nada podem fazer nesse precário contexto.
A ideia concebida pelo ativista Marco Aurélio Ferreira visava amenizar a caótica realidade vivida pelos moradores do bairro, uma vez que uma agência comunitária dos Correios é um projeto voltado para populações rurais que enfrentam constatadas dificuldades de comunicação.
No caso específico do município São José de Ribamar onde há um governo eleito sob as premissas de uma ‘administração moderna’, o paliativo seria desnecessário, uma vez que a atual gestão da cidade poderia formalizar (se quisesse) parceria junto à câmara de vereadores através de um Projeto de Lei que conferisse ao Parque Jair o status de distrito. Mas pelo visto tanto o Executivo Municipal quanto o Legislativo ribamarense preferem manter na clandestinamente um dos maiores redutos eleitorais da terceira maior cidade do Maranhão. Lamentável!

 

 

 

 


Julgamento do caso Mércia segue com depoimento de testemunhas


Do Terra


O julgamento de Mizael Bispo de Souza - acusado pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, em maio de 2010 - será retomado nesta terça-feira, com início previsto para as 9h, no Fórum de Guarulhos, em São Paulo. No segundo dia, o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano deve seguir com o depoimento das outras oito testemunhas arroladas - duas de acusação, cinco de defesa e uma do juízo. Esse é o primeiro julgamento de um caso de homicídio com televisionamento ao vivo no Estado. A previsão é de que o júri se estenda pelo menos até a próxima quinta-feira.

Ex-namorado de Mércia, o policial militar reformado e advogado sempre negou a acusação do crime e, no início do julgamento ontem, chegou a chorar ao ouvir o juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano dar início aos trabalhos. Três testemunhas de acusação foram ouvidas: o irmão da vítima, Márcio Nakashima - que falou do relacionamento conturbado entre os dois - o biológo Carlos Eduardo de Mattos Bicudo, que analisou as algas encontradas nos sapatos do réu (compatíveis com as existentes na represa onde o corpo da vítima foi encontrado), e o engenheiro em telecomunicações Eduardo Amato Tolezani, que analisou as ligações que partiram e foram recebidas pelo telefone celular do réu no dia do crime.

O policial reformado Mizael (D) é acusado da morte da ex-namorada Mércia  Foto: Fernando Borges / Terra
O policial reformado Mizael (D) é acusado da morte da ex-namorada Mércia

Primeiro a falar, o irmão de Mércia afirmou que sempre teve esperanças de encontrá-la viva e que, até localizar seu corpo em uma represa de Nazaré Paulista (interior de SP), acreditava que ela tinha sido vítima de um sequestro. "Tinha certeza que ia encontrar a minha irmã viva", disse, em um depoimento bastante emocionado.

Um bate-boca entre Márcio e o advogado Ivon Ribeiro, um dos três defensores do acusado de ser autor do crime. O irmão de Mércia e Ribeiro trocaram várias acusações durante o depoimento da testemunha, que acusou o defensor de ameaçá-lo e de manchar a "honra" de sua irmã, o que fez com que o juiz Leandro Bittencourt Cano interrompesse temporariamente a transmissão do júri.
A bela advogada Mércia: brutalmente assassinada em 2010
 
Enquanto a promotoria tentou reforçar as provas técnicas apresentadas pelo engenheiro e pelo biólogo, a defesa colocou essas provas em xeque, tentando fazer com que os jurados fiquem em dúvida sobre a exatidão dos estudos. A estratégia da defesa é mostrar que nos dois casos há uma margem de erro que pode beneficiar o acusado.
 
O caso
A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio de 2010, após deixar a casa dos avós em Guarulhos (Grande São Paulo), e foi encontrada morta no dia 11 de junho, em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A perícia apontou que ela levou um tiro no rosto, um tiro no braço esquerdo e outro na mão direita, mas morreu por afogamento quando seu carro foi empurrado para a água.
Advogada foi encontrada morta em represa
 
O ex-namorado de Mércia, o policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, 43 anos, foi apontado como principal suspeito pelo crime e denunciado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. De acordo com a investigação, Mércia namorou durante cerca de quatro anos com Mizael, que não se conformava com o fim do relacionamento amoroso. A Promotoria também denunciou o vigia Evandro Bezerra Silva, que teria o ajudado a fugir do local, mas seu julgamento ocorrerá separadamente, em julho deste ano.
 
Preso em Sergipe dias depois da morte de Mércia, Evandro afirmou ter ajudado Mizael a fugir, mas alegou posteriormente que foi obrigado a confessar a participação no crime, sob tortura. Entretanto, rastreamento de chamadas telefônicas feito pela polícia com autorização da Justiça colocaram os dois na cena do crime, de acordo com as investigações. Outra prova que será usada pela promotoria é um laudo pericial de um sapato de Mizael, no qual foram encontrados vestígio de sangue, partículas ósseas, vestígios do projétil da arma de fogo e uma alga típica de áreas de represa.
 
Mizael teve sua prisão decretada pela Justiça em dezembro de 2010, mas se escondeu após considerar a prisão "arbitrária e injusta", ficando foragido por mais de um ano. Em fevereiro de 2012, porém, ele se entregou à Justiça de Guarulhos e, desde então, aguardava ao julgamento no Presídio Militar de Romão Gomes - enquanto o vigia permanece preso na Penitenciária de Tremembé. Mizael nega ter assassinado Mércia e disse, na ocasião, que a tratava como "uma rainha". Já o vigia afirmou, em depoimento, que não sabia das intenções do advogado e que apenas lhe deu uma carona. Se condenados, eles podem ficar presos por até 30 anos.

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