domingo, 24 de agosto de 2014

ARTES PLÁSTICAS 

No centenário de Lina Bo Bardi, livro e mostra promovem reflexão sobre seu legado

Iniciativas surgem para reafirmar o talento e a herética versatilidade da artista

 Por Orlando Margarido

Iniciativas surgem para reafirmar o talento e a herética versatilidade da artista
É da heresia em aparência aristocrática, de uma elegância em farrapos e da subversão em meio ao luxo de que nos fala o arquiteto e teórico italiano Bruno Zevi sobre Lina Bo Bardi, sua compatriota e colega de ofício. Havia razões além da arquitetura a conectar esses parceiros e o pensamento da arte era uma delas quando fundaram uma revista cultural em 1945, um ano antes de ela se casar com Pietro Maria Bardi e emigrar com ele ao Brasil.
A partir daí a história do casal e especialmente de Lina costuma ser ligada a feitos grandiosos, ele no garimpo de uma coleção de arte internacional digna da metrópole paulistana que crescia, ela preocupada em reorientar o desenho tortuoso do progresso, inclusive com o espaço de abrigo à conquista do marido. 

Lina Bo Bardi
Lina no Masp em construção, herética versatilidade
Mas se o Museu de Arte de São Paulo ou o Sesc Pompeia reerguido de uma fábrica são modelares  desta empreitada, não consumam tudo. No ano de centenário de Lina, iniciativas surgem para reafirmar o talento e a herética versatilidade.

Abrangência arquitetônica esta que pretende sintetizar o belo volume Lina Bo Bardi – Obra construída, de Olivia de Oliveira, que ao fim traz entrevista com a arquiteta seis meses antes de sua morte. Ali são revisitados projetos como a Casa de Vidro, residência do casal em São Paulo, e o Teatro Oficina. Mas para além da prática da edificação há ainda a artista e designer e uma das primeiras elegias à memória dessas atividades ocorre no Museu da Casa Brasileira.

Maneiras de Expor – Arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi dá conta da trajetória de sua idealização em desenhos, organização e a procura de sentido moderno das exposições no País. Croquis, documentos, fotografias, cartazes e maquetes refeitas reeditam as ambientações de mostras de referência como Caipiras, Capiaus – Pau a Pique e Bahia no Ibirapuera, esta simbólica da passagem da arquiteta por Salvador no fim dos anos 1950, quando restaura o Solar do Unhão. 

Maneiras de Expor – Arquitetura Expositiva de Lina Bo BardiMuseu da Casa Brasileira, São PauloAté 9 de novembro
Lina Bo Bardi – Obra construídaOlivia de Oliveira, com fotos de Nelson KonInstituto Lina Bo e P. M. Bardi256 págs., R$ 140

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