quinta-feira, 30 de outubro de 2014
POESIA SEMPRE!

Leia o poema ‘Cartas ao Futuro ou o retrato do poeta enquanto água’ da obra inédita Tempo(Alguma eternidade) de autoria do poeta maranhense Fernando Atallaia 

Cartas ao Futuro ou o retrato do poeta enquanto água

Quanto de humanidades ainda precisamos para não sermos pedra?
Luz apagada rente às mortalhas da última guerra
Agora estamos mortos como retalhos de tijolos no chão opaco
Casas sem os sóis de antigamente
Cada um de vocês tinha fragmentos dentro de si: um medo Único de ouvir a própria decadência


Um país sem orelhas, arrancado ao silêncio que o faz morto entre os demais
Nem mesmo o inverno conseguiu congelar a voz dos operários do presente
Máquinas a lutar pela vertigem que sobrevive entre as fagulhas

Assim morre rapidamente/dilaceradamente aquele que olha por trás da penumbra
Onde vossos rios já secaram há eternidades
Agora não há mais esperança de voltar- surfamos para o futuro sem sabê-lo Vulnerável entre nós
Estamos certos das manhãs, mas as tardes batem forte Em nossa cara

São reclames do tempo que dispara dor lamento e outras pragas
Do crânio ao neurônio corrompido a face morna que entregamos como dádiva
Ainda ousamos brindar com o pior vinho da penúltima garrafa
Ainda (...)
Ainda ousamos gritar sem a estrada Pontuando alguma aurora

Quem somos nós/o que fizemos neste tempo além de quebrar o vidro entre os Dentes?
E mais que isso: o que estamos a fazer se nem é mais necessário insistir
(...)


O que , afinal, somos nós? 

Um comentário:

  1. Sem palavras, muito lindoo este poema, parabens
    Yaci Fontoura de Barrerinhas

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