quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Munição pesada é vendida sem controle em mercearias no Maranhão

Flagrantes foram feitos em lojas de Santa Quitéria e Magalhães de Almeida.
Em vídeo, atirador demonstra poder de impacto das munições calibre 12.


Por Sidney Pereira/TV Mirante

Um dos motivos apontados para o aumento da violência em todo o país é o uso ilegal de armas e munição. No interior do estado, repórteres da TV Mirante conseguiram comprar livremente munição que deveria ser vendida sob rigorosa fiscalização.
É uma loja como tantas outras no país, mas lá é possível comprar um produto que não poderia estar à venda neste local - cartuchos carregados, que só poderiam ser vendidos com autorização do exército brasileiro.
"É calibre 16, né?". "É 12". "Quatro 12. Carregado".
Na loja de material para o campo em Santa Quitéria, no norte do Maranhão, compramos cartuchos calibre 12 sem nenhum documento de identificação. Retornamos à loja, desta vez, sem esconder a câmera. O comerciante José Camilo até reconhece a proibição e nega que venda munição de calibre grosso.
SEM CONTROLE O comércio de munições é feito sem nenhum controle na maioria dos municípios do Maranhão
"Eu vendia antes, eu vendia. Mas, quando começou eu ver que aquilo não tava certo, aí eu vendo esses chumbinho, é pólvora, é espoletinha pra espingarda de ouvido. Só".
O comércio de munições é feito sem nenhum controle na maioria dos municípios do Maranhão. Basta ter o dinheiro e é possível comprar cartuchos calibre 12, de alto poder de impacto.
Nesta mercearia em Magalhães de Almeida, na divisa do Maranhão com o Piauí, o comerciante até incentiva a compra de munição calibre 16, recomendados para caça. "Derruba um elefante".
A compra é feita sem nenhum documento. Quando retornamos, a conversa muda. "Eu ainda vendo chumbo, só espoleta". "E cartucho carregado, o senhor vende?". "Não. Larguei". "Há muito tempo que o senhor vende?". "Há muitos tempos que eu larguei". "Há mais ou menos quanto tempo o senhor parou?". "Tem, talvez, tem uns dois anos".
Para demonstrar o poder de impacto desse tipo de munição, um atirador do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar usa os cartuchos calibre 12. O alvo é uma melancia de 8 kg. O segundo tiro é em um garrafão com água.
"Comércio ilegal de munição é um dos grandes fatores de aumento da criminalidade", explica o Cel. José Frederico Pereira.
O Estatuto do Desarmamento determina que apenas lojas cadastradas vendam munição e para quem tem arma registrada correspondente ao calibre procurado.
Para a Polícia Militar, o comércio ilegal é um dos fatores para o aumento da taxa de homicídios no Maranhão, que passou de 11,7 em 2004, quando a Lei entrou em vigor, para 26 a cada 100 mil habitantes em 2012, segundo o Mapa de Violência no país.
Este ano, na Região Metropolitana de São Luís já ocorrem 849 homicídios, segundo relatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
O chefe do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, um dos órgãos que controla a venda de munição no estado reconhece que não tem como controlar o comércio ilegal.
"Nós só somos capazes, só temos condição de fiscalizar as pessoas e as empresas que são legalmente constituídas, autorizadas, para essa prática", informa Petronilio.
"A arma mata. A arma não é só pra caça e, pra isso, tem uma legislação que permite o uso, quando não é permitido, é muito arriscado, muito perigoso para a população", diz o secretário de Segurança Pública do Maranhão Marcos Affonso.

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