sábado, 28 de novembro de 2015

Morre o poeta e escritor Nauro Machado

O velório acontece hoje na Academia Maranhense de Letras.
Ele tinha 80 anos e estava internado desde terça-feira.


O poeta e escritor maranhense Nauro Machado morreu na madrugada deste sábado (28) em São Luís após realizar uma cirurgia no intestino. Ele tinha 80 anos e estava internado desde terça-feira (24) em um hospital da capital. O velório está marcado para este sábado na Academia Maranhense de Letras (AML), a partir das 10h30.
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O poeta 

Nauro Machado era
 um dos mais importantes literários da história do Maranhão. Tinha 37 livros publicados, foi um poeta autodidata que retratou através da arte sua visão e sentimento do mundo. Sua obra também foi reconhecida pela Academia Brasileira de Letras (ABL).
Carnaval

Em 2002, o poeta Nauro Machado foi homenageado pela escola de samba Turma do Quinto. Com o enrredo "Nauritânia, a Poesia de Barbas Brancas", a escola venceu o carnaval de passarela de São Luís naquele ano. A letra do samba enfatizava frases e o estilo de vida do poeta. 


Poesia


No dia 12 de novembro de 2014, o poeta tinha lançado seu último livro “Esôfago Terminal”, inspirado na sua luta contra o câncer de esôfago que começou em 2012. Nauro Machado havia se curado da doença.  No lançamento do livro ele disse:“A doença é algo inominável, inconcebível, mas acontece com qualquer um. Então, nó nos perguntamos: ‘por que eu?’. E, logo, o universo replica: ‘e por que não você?’”.



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Nauro e Arlete


Nauro Machado e a Crítica

Um dos grandes poetas brasileiros de nosso tempo. 

(Adonias Filho)

E se analisarmos [...] a sua marca pessoal – tanto no engenho como na arte – e a compararmos com as marcas dos monstros sagrados do lirismo nacional contemporâneo, chegaremos sem esforço à conclusão de que, no Brasil do século XX, raros são os poetas de tal força, originalidade e domínio artesanal. 

(Fernando Mendes Viana)

Não hesito em colocar Nauro Machado entre os grandes poetas do Brasil de hoje, independente de geração ou idade. 

(Antônio Olinto)

Poeta único na poesia brasileira [...] Nauro conseguiu sintetizar numa linguagem tão rarefeita, quase irrespirável, entre o céu e o inferno, o caótico destino humano.

(Cláudio Murilo Leal)



São Luís perde um de seus últimos pilares e sustentáculos. Morre também uma época.

(Fernando Atallaia, por ocasião da morte do poeta)

Nauro caminha na contramão de um leitor acostumado com as veleidades do fácil.


(José Aparecido da Silva)

Alta e impressionante poesia.

(Carlos Drummond de Andrade)

Poucos poetas – talvez um Baudelaire, um Antero de Quental, um Augusto dos Anjos – têm, como esse solitário maranhense, enfrentado a tarefa árdua e encantatória de expressar, mas o fazendo sob o regime de uma consciência criadora face às possibilidades do verbo – verbo que é fala, pensamento, imagem e melodia – os ângulos escusos, os obscuros abismos, as cartilagens doloridas e inescrutáveis da estrutura humana.

(Hildeberto Barbosa Filho)

Apanha o homem na queda a estágios profundos de impotência e incerteza.

(Donald Schüller)

Uma carreira poética ímpar no contexto literário brasileiro de hoje.

(Alfredo Bosi)


A Poesia fundamental 


O Parto

Meu corpo está completo, o homem - não o poeta.
Mas eu quero e é necessário
que me sofra e me solidifique em poeta,
que destrua desde já o supérfluo e o ilusório
e me alucine na essência de mim e das coisas,
para depois, feliz e sofrido, mas verdadeiro,
trazer-me à tona do poema
com um grito de alarma e de alarde:
ser poeta é duro e dura
e consome toda
uma existência.

(Nauro Machado)


A Homenagem 

Música de Fernando Atallaia composta em 1996 em homenagem a Nauro Machado

Poetas malditos( Fernando Atallaia)

Dizem o que são em palavras inefáveis

Nascem no silêncio de um indeciso coração

Acham o perdido perdem o encontrado

Tentam discernir mas olham para o lado

Negras nuvens em desertos pensamentos

Olhos desolados afundando em poço de lamento

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São poetas malditos

São poetas malditos

São poetas malditos



Charles Baudelaire e Nauro Machado

A França e o Maranhão com seus pecados

À noite eles saem de mãos dadas

Flagelos perdidos invadem a sua morada

Pelo beco nas muralhas a tradição e a memória

Eles trazem a vergonha da cidade inglória


São poetas malditos

São poetas malditos

São poetas malditos


Villon

Eluard

Verlaine

Lautréamont

Émile Nelligan

Byron

Keats

Gregório

Yeats

Sousandrade

Deo silva

Rimbaud

Dizem o que são em palavras inefáveis



1996



Com informações do G1
Edição da Agência Baluarte 

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