terça-feira, 12 de junho de 2012



“Jornalismo pode ser uma forma de arte”, diz Gay Talese para profissionais da Folha   




Jacqueline Patrocínio




O jornalista americano Gay Talese esteve mês passado( dia 30) com jornalistas da Folha de São Paulo, em palestra organizada pelo veículo. No encontro, ele falou sobre literatura e suas técnicas de reportagem. No Brasil por aceitar o convite dos organizadores do Congresso Internacional Cult de Jornalismo Cultural, o profissional exaltou o jornalismo dizendo que “pode ser considerado uma forma de arte”.



Para o jornalista, o repórter precisa “seduzir” os personagens de suas narrativas, para conquistar a confiança. “Você conhece alguém na rede social, almoça, passeia e ficam íntimos. Às vezes, nós, jornalistas, somos sedutores. E não quero ser o sedutor de uma noite só, mas sim um parceiro de uma relação”, destaca, conforme divulga a Folha.


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Papa do Jornalismo: no Brasil, Gay Talese comandou evento destinado a funcioários da Folha




Durante o encontro de cerca de uma hora e meia, o veterano falou sobre o início da carreira, quando servia sanduíches na redação. “Estudantes de jornalismo estão sempre reclamando que não têm emprego na área. Quando comecei, eu pegava sanduíches para o pessoal. Era o jeito de entrar”, lembra Talese. Sobre o fim do jornalismo impresso, ele diz não acreditar que vai acabar, mas que só permanecerão os que forem realmente bons.



Talese expôs algumas de suas técnicas de reportagem e destacou que as tecnologias digitais não são o seu forte na profissão. O americano contou que o importante é ir às ruas. “Não tenho celular, não uso e-mail. Vou conhecer as pessoas. Não faço anotações enquanto a pessoa fala. Escrevo o nome, o dia, o local. Depois escrevo tudo”.



A relação com a família também foi citada. Talese informou que muito do seu trabalho jornalístico foi aprendido com seus pais, que não eram da área de comunicação. “Minha mãe tinha uma loja de vestidos e meu pai era alfaiate. Aprendi com minha mãe: deixe as pessoas falarem, não as interrompa. Com meu pai: o que é feito à mão é melhor que o feito com máquina”.



Considerado o precursor do "new journalism", caracterizado por reportagens que se apropriam de técnicas da ficção, Talese e é autor de livros como O Reino e o Poder, obra em que relata os bastidores do diário americano The New York Times.

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