domingo, 14 de setembro de 2014
Elas caíram na rede
Com o início dos debates na tevê e a polarização das pesquisas entre duas mulheres, as candidatas à Presidência, Dilma Rousseff, Marina Silva e Luciana Genro, tornaram-se o principal alvo dos internautas 

O Imparcial

A campanha presidencial acabou por colocar duas mulheres na linha de frente nas pesquisas eleitorais. Nas redes sociais, não é diferente. Há quem prefira acompanhar os debates até pelo Twitter a assistir ao vivo pela televisão. Foi só o primeiro embate televisionado começar, em 26 de agosto, para as piadas e os comentários invadirem a internet.

O assunto chegou à lista dos mais comentados do mundo e até gringo começou a emitir opinião sobre a eleição brasileira no microblog. Entre um e outro ponto razoável sobre as propostas e questionamentos dos candidatos, acabaram entrando na onda o jeito “paz e amor” de Eduardo Jorge (PV), o aerotrem de Levy Fidélix (PRTB) e o tipo festeiro do candidato Aécio Neves (PSDB). As candidatas, no entanto, não ficaram de fora. Os cachos de Luciana Genro (PSol), o coque de Marina Silva (PSB) e o visual da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) caíram na graça dos eleitores conectados.

“As redes sociais têm consolidado sua importância em nosso dia a dia. Elas, hoje, sem dúvidas, ajudam a organizar nosso cotidiano. Sua importância é inegável, inclusive nos episódios eleitorais. Estar presente nas redes sociais, no tempo em que vivemos, é pré-condição de existência para toda figura pública”, analisa Vilso Junior Santi, mestre em comunicação midiática e o professor do curso de comunicação social da Universidade Federal de Roraima. A via é de mão dupla: se de um lado, os candidatos têm usado as redes para se aproximarem de seus eleitores, de outro, os eleitores têm aproveitado a mesma rede para fazer chegar suas ideias sobre eles — nem sempre sérias — a milhares de pessoas. E, em tempos de eleições femininas, com duas candidatas com chances reais de levarem a melhor nas urnas, sobram para elas comentários que vão da política à cor do batom. “Dilma acertou no visual. Estou chocado”, dizia um tuíte, no dia do debate da Band. Outro, durante o confronto da última segunda-feira, no SBT, indagava se a presidente havia feito botox. Um blog de humor publicou os melhores momentos do debate e brincou que Marina Silva estava “elegante”, homenageando os médicos do Brasil, já que usava um terno branco que mais lembrava um jaleco.


Dilma, Marina e Luciana Genro: críticas e gozações de internautas
Para os especialistas, no entanto, ver pular na linha do tempo das redes sociais comentários sobre a roupa, o cabelo ou o tom de voz das candidatas não significa necessariamente que há machismo ou tratamento diferenciado para as presidenciáveis por parte dos usuários. Pelo contrário. “Pela primeira vez, há um número significativo de mulheres candidatas. E mais de uma com chance real de vitória”, continua Santi, da UFRR. “Isso mostra que, para o eleitor brasileiro, já não importa se o candidato é homem ou mulher na hora de decidir o voto. E, tampouco, se o candidato é homem ou mulher na hora de fazer piadas sobre eles. Isso é típico nosso. Faz parte da nossa identidade cultural. Nós não perdemos a piada nunca. Houve piadas direcionadas a todos. Me parece que o que conta mais nesse caso não é o gênero do candidato, mas sua importância para o pleito. Os nanicos são alvos mais frequentes”, conclui o especialista.

Celso Figueiredo, professor de publicidade e propaganda da Universidade Presbiteriana Mackenzie, vai na mesma linha. Para ele, a efusão de comentários engraçadinhos, independentemente se sobre o aerotrem de Fidélix ou sobre a cor do batom de Dilma Rousseff, tem mais a ver com a cultura nacional do que com questões de gênero. “A web não perdoa ninguém. O humor, uma forma tipicamente brasileira de abordar as questões, é presença constante nos comentários sobre os candidatos”, argumenta. Assim, o excesso de comentários sobre o visual das candidatas reflete não uma questão de gênero — porque elas são mulheres, o visual contaria mais —, mas sim um comportamento majoritário.

 “Cabem aqui as menções à roupa, à escolha da gravata, dos acessórios, do cabelo e da maquiagem. Nesse quesito, a crítica é quase sempre negativa, e busca apontar o que seriam ‘gafes’. Sobram críticas sobre o excesso de peso da presidente, a extrema magreza da ex-senadora, os cachos da candidata do PSol, a falta de gravata do candidato do PV e a tintura do cabelo do candidato do aerotrem”, exemplifica.

Na web

Alguns comentários sobre as candidatas pelas redes sociais nos últimos debates

Dilma Roussef
“Acabei de encontrar o Silvio Santos aqui no corredor e ele perguntou se eu não quero lançar uma colônia Jequiti By Dilma. #DebateSBT” — @dilmabolada
“Dilma fez botox. #debatesbt” — @PedrohcRamos
“Dilma colocou quantas pilhas no terninho dela pra brilhar desse jeito? #debateSBT” — @bicmuller

Marina Silva
“Já quero Marina Silva lançando perfumes com aromas da Amazônia pela @jequiti. #FicaDica Silvio Santos. #DebateNoSBT #DebateSBT” — @realbernardo
“Marina, por sua vez, estava elegante homenageando os médicos cubanos, vestindo um elegante jaleco do SUS” — Morri de Sunga Branca (www.aimorridesungabranca.com)
“Marina hipster ousou em um óculos de armação vermelha. A Neca, amiga dela, pediu pra ela tirar os óculos no intervalo do debate. Ser amiga da Neca tem suas vantagens...” — Morri de Sunga Branca (www.aimorridesungabranca.com)

Luciana Genro
“Luciana is the new forever alone” — @gideljr
“Luciana Genro usa Neutrox. Boa.” — @carlyson
“Luciana Genro parece o David Luiz” — @ollymatty

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