domingo, 25 de janeiro de 2015
Dos gramados às paradas de sucesso, Fio Maravilha chega aos 70 sem perder jogos do Fla e crítico do futebol brasileiro: ‘Falta amor’

Uma grande ironia. Ídolo no Flamengo e eternizado como jogador pela música de Jorge Ben Jor, Fio Maravilha finalmente curte sua aposentadoria. Mas não graças ao esporte do qual se tornou personagem, e, sim, pelo dinheiro acumulado em 22 anos como entregador de pizzas em São Francisco, na Califórnia — segundo ele, seu verdadeiro gol de placa.
Com a famosa Bay Bridge ao fundo, Fio vive há 36 anos nos Estados Unidos
Com a famosa Bay Bridge ao fundo, Fio vive há 36 anos nos Estados Unidos Foto: Divulgação
— Pode acreditar. Ganhei muito mais dinheiro com a pizzaria do que jogando futebol. Isso me deu a chance de parar de trabalhar e levar a vida sossegado um pouco mais cedo. Rico eu não estou. Mas levo uma vida tranquila — revela.
João Batista de Sales completou 70 anos na última segunda. Há dois aposentado, não tem o que reclamar da rotina: sai de casa para caminhar, encontrar os amigos e tomar um café.
— Fico duas, três horas no café. Vida de aposentado. Sabe como é, né? Ah, um dia você vai saber — brinca o ex-atacante, que vive com a filha Simone.


Apesar da distância, Fio não deixa de acompanhar o futebol brasileiro. Mostra, até, muito conhecimento sobre o que se passa nos campos do país. O autor da jogada celestial que inspirou a música campeã do festival internacional da canção de 1972 está decepcionado. Acha que a seleção passará dez anos sem títulos; que o Cruzeiro, bicampeão brasileiro, não é grande time; e que Fred é um jogador aposentado em atividade:

Em 2010, reencontro com Zico durante visita à Gávea
Fio Maravilha: ''É interessante como uma música me fez chegar no coração de tanta gente. Até hoje me cumprimentam, querem me conhecer. Mesmo os mais jovens, que nunca me viram jogar''. 
— Não era para ter ido à Copa. Mas quem era melhor do que ele? — disse o ex-jogador, que nos Estados Unidos prefere acompanhar os jogos de beisebol e futebol americano:

— Mas eu sou pé-frio. Sempre que assisto às equipes de São Francisco perdem.
Se não era craque, como ele mesmo reconhece, Fio compensava as pixotadas com sua malícia e sua raça, características que, para ele, estão em falta no futebol atual. A fórmula foi a mesma seguida por Obina e Hernane, xodós mais recentes na Gávea.

Segundo ele, aliás, o Flamengo só não foi rebaixado em 2014 porque encontrou um “Luxemburgo inspirado”. O clube sofre do mesmo mal que as outras equipes brasileiras: faltam talentos e, principalmente, ídolos.



— Só o Leo Moura, que está há nove anos lá. Jogador hoje não fica tanto tempo como eu fiquei, ou como o Zico. Eles trocam sempre de clube. E sempre beijando camisa. É difícil criar aquele laço com a torcida, aquela amizade. O futebol está muito profissional e falta amor.

Fio em seus tempos de jogador: dois títulos e um gol folclórico pelo Flamengo
Uma grande ironia. Ídolo no Flamengo e eternizado como jogador pela música de Jorge Ben Jor, Fio Maravilha finalmente curte sua aposentadoria. Mas não graças ao esporte do qual se tornou personagem, e, sim, pelo dinheiro acumulado em 22 anos como entregador de pizzas em São Francisco
Amor, emoção, explosão e gol. A combinação, com a qual construiu o gol da vitória do Flamengo num amistoso contra o Benfica, o fez virar refrão. A música que leva o seu nome o acompanha por mais da metade de seus 70 anos. Embora tenha decidido morar em São Francisco até o fim da vida, ele ainda sonha que, numa passagem pelo Rio, possa reencontrar Jorge Ben Jor, com quem protagonizou polêmica por anos ao pesquisar se teria direitos sobre a música.

— Esse mal-entendido ficou esclarecido. Mas eu ainda não o encontrei. Falei com meu filho para me levar num show dele quando estiver no Rio. Mas nunca tem quando estou na cidade — conta Fio, que mesmo afastado dos gramados há mais de três décadas, continua encantando as torcidas, não só a Magnética:

— É interessante como uma música me fez chegar no coração de tanta gente. Até hoje me cumprimentam, querem me conhecer. Mesmo os mais jovens, que nunca me viram jogar.

Fonte: Extra Rio

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