quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
'El País': O Brasil corre o risco de sofrer um confronto popular?
Analistas temem que país entre em círculo de conflito como ocorre na Argentina e na Venezuela
“Mas pela primeira vez os analistas começam a se preocupar com a possibilidade de que o Brasil entre, por motivos políticos e para reagir à corrupção e à crise econômica e de desencanto com a política, num círculo de confronto popular que pode deixá-lo mais parecido com a Argentina ou com a Venezuela do que com sua própria história”, alerta o jornalista.
Ele prossegue: “No Brasil começam a ressoar dois gritos preocupantes: o de impeachment da presidenta Dilma, recém-eleita nas urnas, e o de uma possível guerra civil, não sangrenta, mas de consequências difíceis de medir, em que os cidadãos poderiam acabar se enfrentando nas ruas, pela primeira vez não unidos em defesa de uma causa comum, mas com ruídos de ‘guerra’.
“O Brasil, em vez de se dividir, sempre se uniu no passado para defender as grandes batalhas democráticas. Foi assim nas manifestações de massa das ‘Diretas Já’, para pedir a volta do direito ao voto popular, e quando, juntos, os brasileiros saíram às ruas, vestidos de preto, para exigir o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. O país nunca teve comichão pelo confronto popular”, diz Arias, correspondente do Jornal. |
“O que hoje começa a dar medo é que algumas forças políticas, tentadas pelo demônio da perpetuação no poder a qualquer preço, em vez de buscar meios de sair da crise, possam acabar dividindo o país, como já acontece na Argentina e na Venezuela, com impulsos, como naqueles países, de amordaçar a informação livre.
Nada pior neste momento, por exemplo, que uma parte do partido do governo querer empurrar as ruas usando seus sindicatos e movimento sociais contra as medidas de austeridades defendidas por seu próprio governo para tirar o país da crise”, escreve o jornalista.
“A reação do governo frente a um pedido de impeachment da presidenta Rousseff deve ser apresentar fatos que mostrem que não há motivo para isso. Tudo, é claro, à luz do sol, aceitando os resultados das legítimas investigações, sem tentar domesticá-las nem manipulá-las.
A força do Brasil, invejada em vários continentes pelos países que sofrem com a tentação de rasgos nacionalistas ou ideológicos, sempre foi sua unidade nacional, apesar de suas imensas diferenças geográficas e culturais”, diz Juan Arias.
“A verdadeira democracia exige que até aos mais necessitados e indefesos seja dada a liberdade de escolher como e por quem querem ser defendidos, porque a História ensina o quão perigosa é a força desses excluídos quando descobrem que estão sendo enganados ou manipulados pelos malabarismos do poder”, conclui Arias, para o jornal El País.
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É UMA PENA PENSAR EM PENALIZAR IDEALIZADORES DE LUTAS HISTÓRICAS DESTE PAÍS.
ResponderExcluirBravos e bravas, votei no Lula e continuo votando assim como votei na Dilma, mas tenho feito de minhas reflexões um análise da situação em que nos encontramos, o país se encontra enfrentando uma política econômica não muito fácil e denúncias inadmissíveis de corrupção. Isso não é bom para militantes históricos que ajudaram a transformar este país numa república democrática. As lutas históricas de LULA e o CORAÇÃO VALENTE DE DILMA não podem se deixarem passar por insegurança. Bravos e bravas, atualmente fico pensando se não fosse os governos do PT o país estaria muito pior. Claro, precisa-se de uma terceira via.... Quem sabe, mas quem poderia ser a terceira via?? Talvez a MARINA?? Mas ela não deveria ter optado por defender o palanque tucano. Não tenho nada contra os tucanos, e sim da forma de como gerenciar as causas públicas como por exemplo, as denúncias só estão vindo à tona em função da democratização com ampla liberdade das instituições supremas de justiça. Ok, o medo que temos é de um dia os dossiês voltarem a ficarem escondidos, e se é para retornar esse retrocesso, vamos torcer pelo retorno de LULALA.