quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
POESIA SEMPRE!
Leia na íntegra o poema inédito 'Tiro no Futuro' da obra inédita Horizontes Farpados de autoria do poeta maranhense Fernando Atallaia

Tiro no Futuro 

Os pães sobre a mesa não abrem mais suas manteigas
Não abrem mais suas claves de mãos sob os talheres já vencidos
Vencidos os homens, o mundo não acorda mais as manhãs

Os cafés dos oprimidos oprimem mais a liberdade que a revelia
A aurora que não gritou sob o vértice de uma lágrima caindo
Somos todos uns monstros no presente- alguns mais doentes que os outros que embevecidos saltam baixo
É essa sombra no Real que bate às tardes  feito estaca no memorial de nossas mortes


Resultado de imagem para LAVO MINHAS MÃOS

Temos vida mas não aquela desejada saltitante na alforria
Pobres diabos satisfeitos pelos desvãos –inúteis somos em metades
Quebrados ao meio e ainda vitoriosos sobre o outro
Nada nesse corpo nos cabe agora- sãos, mesquinhos e doutores
Nossa carne não é esta e estamos a acomodar o grito que não vimos
Deste lado uma torre cai para descortinar o tédio dos dias que nos calam
Uma dama na parede fotografa sua ausência- são as tormentas de um desejo que Fugiu

Não há amor maior que esse pensar- a lua decaída num projétil pro futuro
Mas nossos suicídios são mesmo à noite branda- à luz mesquinha
Um mesmo olhar sobre os passos de um homem caminhando para o destino
A tórrida caminhada que ainda temos por aqui.

Mãos lavadas? 




Fernando Atallaia, São José de Ribamar, Janeiro de 2015. 

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