domingo, 10 de maio de 2015
POESIA
SEMPRE!
Leia
na íntegra o poema ‘As mães de todos’ da obra inédita Bordéis, Puteiros e Lojas
de Conveniência de autoria do poeta e escritor maranhense Fernando
Atallaia
As
mães de todos
Todos
desejam 'feliz dia das mães'
Eu
desejo 'feliz dia das putas'
Desejo
que o sol se abra a elas quando as janelas se romperem ao erigir da nua felicidade
Às
novas, velhas e às de pouca idade
Desejo
um Jesus saltando das abóbodas para buscá-las às águas mornas de uma eterna e
doce manhã
Todos
desejam um 'feliz dia das mães'
Elas
merecem mais, anfitriãs que são da solidão dos filhos negados por aquelas
tristes moças velhas Enrugadas pelos pais
As
mães que dormem sozinhas sob o quinhão das lamentações
Na
rudeza a aniquilar suas púbis pobres/ricas
vaginas solidárias
As
mães que abrem as pernas como girassóis virgens/intactos ao odor esmaecido
dos cavalheiros, Empresários e párias
As
mães dos escribas , políticos de fachada, beberrões e jovens de cueca
Todos
desejam às mães o que elas são por suas tetas por seus gânglios por
Suas
árias
Eu
desejo àquelas o mais que elas já têm: paz, flor de cravos e algumas outras sensações
Desejo
o pão, a vertigem insaciável, o sôfrego apontar de pernas seguindo na escuridão
Suas
luas tateantes de sol a sol no itinerário inútil vão do hoje e do antes
Das
existências que esperam
As
mães de todas as mulheres sãs/as filhas-mães sob o colo dos vendilhões
Todos
desejam 'feliz dia das mães', eu a alegria sonora desejo
Somente
a gargalhada iluminada que deflora os homens tristes sobre a mesa
Absinto
de vulvas na contramão.
Feliz
dia das...
Fernando
Atallaia, São José de Ribamar, maio de 2015
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Linda homenagem , querido. Vocé é demais!!!!!
ResponderExcluirDe sua amiga Mércia