terça-feira, 29 de março de 2016

Artistas se mobilizam para homenagear Ana Duarte

Mãe, esposa, amiga, bailarina, professora. Ana Duarte, mulher que levou a arte até no nome. Do balé clássico à cultura popular, da atuação à performance, Ana deixou só boas impressões entre familiares, amigos, artistas e conhecidos. A artista de 51 anos faleceu na madrugada do último sábado, vítima de latrocínio na BR-135 quando já estava retornando de uma roda de tambor para São Luís e se preparava, segundo amigos, para mais uma rodada no Sábado de Aleluia. Foi-se a bailarina, mas ficou para sempre o que ela representou na vida terrena: a personificação da alegria de viver.
Amigos, intelectuais, produtores culturais e parentes se manifestaram por meio das redes sociais sobre a morte trágica. Uns revoltados com a violência, outros preferiram colocar poesia em torno do acontecido.
A bailarina Ana Duarte receberá uma série de homenagens por toda esta semana 
“…Durante toda minha vida não vi nem de passagem uma mulher como ela… nem nos filmes! Não sei de onde ela tirava inspiração para ser Ana, a impressão é que ela não andava é que ela dançava de tão leve que era… A vida dela era a dança, ela estava vindo de um tambor… Para a família e os amigos: o que eu posso dizer: ‘Quando a saudade apertá chama os corêro pá tocá, e as corêra pá rodá as saia e baiá e por isso saldemo o Tambor do Sol de Ana Duarte! Da arte! Da vida!” (Dida Maranhão).
“Estou longe, mas meu coração está com a Ana por onde ela estiver agora. Minha querida, vc foi um presente de Deus na minha vida, desde que começou a fazer Ballet comigo e agora a dança continua com sua linda filha Juliana Rizzo que sempre será nossa princesa bailarina. Amiga, sua missão entre nós acabou, mas não queríamos que fosse agora. Da forma brutal que foi”, postou a bailarina Olinda Saul, que também é diretora do Ballet Olinda Saul.
Ana foi aluna do Ballet na década de 1990 por um bom tempo, e depois foi trabalhar no Teatro Arthur Azevedo com o produtor Fernando Bicudo. Foi lá, segundo Olinda, que ela começou o gosto pela cultura popular e ampliou as pesquisas sobre as manifestações.

“Conosco ela fazia muito dança/teatro como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, ela e o bailarino Hélio Martins, mas o balé clássico não era muito a praia dela. Ela se identificou mesmo com a dança popular. Ainda estou muito chocada, só consigo ver a imagem dela sorrindo. Era muito prestativa, muito humana, super artista e gente do bem”, acrescenta Olinda.
Impossível para quem costuma frequentar a Praia Grande, não ter visto em algum momento passar pelas ruas históricas, aquela mulher de traços finos e porte elegante. É assim que Zé Maria Medeiros, um dos fundadores e realizador do evento A Vida é uma Festa, quer lembrar para sempre de sua amiga de mais de 30 anos.
Músico e um dos fundadores de A Vida é uma Festa, Zé Maria Medeiros se emocionou ao falar da bailarina Ana Duarte; movimento prestará homenagem  à artista nesta quinta-feira 
“A Ana era uma dançarina. De tambor de crioula, de boi de zabumba, mesmo tendo iniciado no balé clássico, ela gostava do popular. Era elegante no andar, vestir e dançar. Tudo o que ela fez na vida foi dançar e cantar. Ela vivia intensamente a arte e vamos sentir falta de tudo isso”, diz Zé Maria, confirmando que nos 14 anos de A Vida é Uma Festa, não se lembra de não ter visto Ana dançando. “E ela dançava no palco, na rua, em todo lugar. Bastava ter música. Dançava por alegria”, diz.
Ana Lúcia Duarte Silva Gavião era casada com o professor Adalberto Rizzo e deixa uma filha de 19 anos, a também bailarina Juliana Rizzo. Ana era conhecida pelo seu trabalho na dança e nos movimentos culturais. Ela também era professora de história e fazia parte do corpo de baile do Tambor do Mestre Amaral.
Projeto Africanah

Dentre os vários trabalhos desenvolvidos por Ana o mais recente foi o Africanah, que possui os módulos Urucumpunga e Tambor do Sol ( acontece sempre na casa da bailarina no Parque XV de Novembro). A produtora cultural Áurea Emília que era amiga há mais de 30 anos e também trabalhava com Ana, disse que ela adorava esses trabalhos. Urucumpunga, espetáculo que tem a filha dela no elenco, teve a mais recente edição em dezembro passado na Mostra Sesc Guajajaras e o Tambor do Sol foi em 1º de janeiro. Uma outra edição seria agendada para as 5h do dia 1º de maio.
A coreógrafa e bailarina Olinda Saul(foto) sobre Ana: “Estou longe, mas meu coração está com a Ana por onde ela estiver agora. Minha querida, vc foi um presente de Deus na minha vida, desde que começou a fazer Ballet comigo e agora a dança continua com sua linda filha Juliana Rizzo que sempre será nossa princesa bailarina. Amiga, sua missão entre nós acabou, mas não queríamos que fosse agora. Da forma brutal que foi” 
“Não sei te afirmar ainda, mas estão planejando fazer a edição em homenagem a ela. Ela estava muito feliz porque ia viajar com esse projeto. Era uma pessoa que gostava de fartura de alegria e de comida. Ninguém que trabalhava ou estava com ela ficava triste ou com fome. Beber ela não bebia, mas gostava de alimentar os outros com alegria e comida”, afirma Áurea, bastante abalada com a tragédia.

A despedida

O velório de Ana foi marcado pela emoção e por manifestações artísticas pelo que a bailarina representou e pelo que deixa marcado na cultura maranhense. Um grupo de artistas fez um cortejo da Cia. Circense até o Pax União. O Maratuque Upaon – Açu puxou o movimento, que pediu pela paz.
Também no Laborarte o Sábado de Aleluia foi para saudar Ana. Houve uma grande roda simbólica em homenagem à artista, que ainda teve um trecho do tradicional Testamento dedicado a ela. “Foi a forma que encontramos para homenageá-la”, comenta Júlio César da Hora.
“Mas continuamos vivos
Ainda resta uma esperança
Na sua viagem pro céu
Ana fica na lembrança
Quando me vem a imagem dela
Cobro de Dino e Jefferson Portela
Melhorias na segurança”

Missa e homenagens

Na próxima sexta-feira, 1° de abril, será a missa de sétimo dia da bailarina, na Igreja de São Benedito (Centro), em horário ainda a ser definido. Nesse dia amigos também estão se mobilizando via redes sociais para fazer uma grande festa para Ana no Centro Cultural Mestre Amaral (Praça Pedro II), às 20h30.

A iniciativa de Mestre Amaral visa reunir amigos que conviveram com ela de alguma forma para fazer uma grande festa como forma de protestar pela insegurança e violência que imperam no estado. Haverá roda de tambor, projeções com imagens dela e outras formas de celebrar a passagem de Ana na vida terrena. Já estão confirmados os grupos e artistas: Maratuque Upaon Açu, Fernanda Monteiro e Hugo César, Camila Reis, Maria Itskovich, Flávia Ferreira, Zeferina, Aziz Junior, Núcleo Atmosfera, -Crioulo D´Ifé, Thiago Férrer, Dinho Araújo e Carolina Libério.
Antes, porém, quinta-feira, em mais uma edição do A Vida é Uma Festa (na Praia Grande), local em que ela frequentou por tantos anos, a noite será especialmente dedicada a ela. 

AS INFORMAÇÕES SÃO DA REPÓRTER PATRÍCIA CUNHA, DE O IMPARCIAL
EDIÇÃO DA AGÊNCIA BALUARTE 

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