quarta-feira, 20 de junho de 2012
Escolhas
Por Tenente-Coronel Furtado
Ao longo dos tempos vai se cristalinizando que a hierarquia nas corporações militares no Brasil manteve-se alicerçada sob os auspícios da disciplina. Pois os exemplos que dão sustentação a essa afirmativa estão presentes em inúmeros episódios ocorridos e que ocorrem rotineiramente nos quartéis e locais sob a égide da autoridade militar.
A velha máxima
de que a hierarquia e a disciplina são os sustentáculos das corporações e que
devem ser mantidas a qualquer custo como única opção de sobrevivência da
corporação militar estadual, vai se fragilizando e mostrando que é perfeitamente
cabível colocá-las em prática atendendo tardiamente a um novo modelo, onde os
direitos humanos e os direitos fundamentais dos integrantes da instituição
militar possam ser respeitados e vivenciados.
As abordagens
dentro dessa visão, existentes ainda nos instrumentos legais utilizados na
caserna, mostram que em verdade e ao longo do tempo foram factóides, usados
apenas para mostrar e demonstrar direitos que foram usurpados das graduações
mais inferiores.
As verdadeiras
argumentações e muita das vezes, a razão cristalina defendida perdia sua
sustentabilidade simplesmente no convencimento da autoridade de que para
mantê-la, utilizava a legalidade dos instrumentos (regulamentos) para satisfazer
suas vontades.
Eram comuns até
mesmo pessoas estranhas a caserna, investirem-se ou revestirem-se desse
pensamento para defender a utilização ferrenha de instrumentos que já não mais
são aceitos na era em que o estado democrático de direito vai se fortalecendo e
ganhando corpo em todos os aspectos da vida nacional.
Quantas
imoralidades não foram cometidas e continuam ainda a desafiar os policiais
militares, sob o manto da legalidade?
- Punições
privativas de liberdade, ferindo flagrantemente o direito constitucional de ir e
vir, sem levar em conta a utilização dos sagrados princípios constitucionais
(sem a observância integral do devido processo legal, da ampla defesa e do
contraditório, do cerceamento de defesa) e tantos outros insculpidos na carta
maior do país e nos instrumentos internacionais assinados em que os governos do
Brasil juraram defender.
- Ascensão sem
oportunidades iguais, subjetivas e privilegiando aqueles que pela oportunidade
estão mais próximos de quem possui o poder decisório.
-
Transferências para locais mais longe de seus domicílios, dificultando a
convivência familiar.
- Designações
para funções contraditórias as formações, habilidades e vontades.
- Cortes de
gratificações.
Tudo isso e
mais algumas outras situações, são exemplos que ainda ocorrem freqüentemente e
são submetidos todos aqueles que ousam discordam de posições, que atrapalham
interesses ou simplesmente são alvos de experimentarem a demonstração do poder
de mando, estando motivada tão simplesmente em vinganças pessoais, inveja ou
ainda na pura maldade, numa óbvia demonstração de que os que cometem, sentem-se
inferiorizados, deixando claro as suas incapacidades de não poderem superar seus
algozes.
Mas como o mal
não perdura para sempre, consciências vão se despertando e buscando caminhos
para as necessárias mudanças; pessoas dotadas de virtudes inatas vão aflorando e
através de suas ações e comportamentos vão aglutinando outras a se irmanarem na
busca de objetivos comuns.
São as chamadas
lideranças naturais que diferentemente da grande maioria dos chefes, estes
últimos investidos de funções que possuem maior autoridade, aos poucos vão
ganhando espaço na discussão das tardias mudanças que devem ser
operacionalizadas.
Muita das
vezes, nós como seres humanos temos que operar mudanças internas, revendo
conceitos e valores, adequando-os inclusive a realidade, o que não quer dizer
mudança de personalidade ou caráter (estes são imutáveis), mas sim ajudar a
consertar o que está errado, contribuir para um processo de amadurecimento
pessoal e institucional.
É uma questão
de escolha e alguém já profetizou: “A
vida é feita de escolhas, quando se dá um passo para frente, inevitavelmente
alguma coisa fica para trás”.
Tenente-Coronel Furtado é mestrando em Governo e Gerência Pública(Universidade Americana); Pós-graduado em Aperf. de Oficiais (PA), Sup. de Polícia (PA) e Esp. em Gestão Est. em Def. Social (UFPA); Bel em Form. de Oficiais (MG), Lic. em História (UFMA), Bel em Direito (UNICEUMA); Atualmente Chefe do EM do CPA-I/5; ex-Subdir. de Ensino da PMMA; Chefiou o EM do CPA-I/3 e 4, CPR/1, e CPM; Comandou o 10º BPM, APMGD e 9° BPM; Juiz do Cons. Perm. da Just. Mil. do MA; Dir. de Fisc. da Sec. de Meio Ambiente do MA; Assist. Mil. Esp. do Gab. Mil. do Gov. do MA; Observador Policial de Direitos Humanos da ONU em Guatemala; Cons. de Meio Ambiente e Rec. Hídricos do MA; Int. da Comissão de Educação Ambiental do MA; Sócio da Associação dos Magistrados das Justiças Militares Estaduais e Associação dos Magistrados Internacionais. Cursos em diversas áreas, participou de Seminários, Congressos, Fóruns e Conferências Internacionais, Nacionais e Estaduais. Recebeu várias Menções Elogiosas, Reconhecimentos, Diplomas, Certificados, Moções, Medalhas, Troféus e Placas de entidades municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Autor da Canção do CFAP (PMMA). Cidadão São-Bentuense e Cantanhedense(MA).
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Vereador de verdade é beto das vilas esse sim é do povo e ama as vilas.
ResponderExcluirRonaldo vila Sarney filho voto em beto