quinta-feira, 21 de março de 2013
O espaço desordenado
São
José de Ribamar no Maranhão é uma das cidades brasileiras que mais ganhou densidade
demográfica nos últimos anos. Em contrapartida, o crescimento populacional do
município é mal pensado, desordenado e inspira preocupações.
Por Fernando Atallaia
Editor de ANB Online
A
insígnia de terceira maior cidade do Maranhão habitada por mais de 167 mil
pessoas que fazem do cotidiano da cidade de São José de Ribamar no Maranhão um
espaço geográfico em constante processo de habitação, ao contrário do que as
informações oficiais tentam mostrar, não se justifica pelo progresso ou
desenvolvimento daquele município. O título aponta para uma cidade que, segundo
o advogado ribamarense Gedeão Wollf, inspira preocupações no tocante a sua
geografia. O mapa social onde o município do Maranhão está contextualizado é
visto por Wollf como um cenário marginalizado, clandestino e até desconhecido.
‘’Estamos parecendo uma grande favela, um território desconhecido’’, diz.
A
constatação do advogado diz respeito a não fiscalização e mapeamento das áreas
recém-povoadas na cidade pelo governo do prefeito peemedebista Gil Cutrim. ‘’No
futuro poderemos ter problemas com desapropriações, há muitas ocupações
irregulares em São José de Ribamar, a prevenção é uma responsabilidade da
prefeitura local, mas não vemos interesse nesse sentido’’, afirma Gedeão. A
preocupação com a questão territorial da chamada cidade balneária maranhense, de
acordo com Wollf, tem pautado seu dia a dia e suas perspectivas futuras,
inspirando inclusive cuidados. ‘’Nasci em São José de Ribamar, moro aqui e
pretendo morrer aqui, me preocupa saber que se não cuidarmos hoje desse
crescimento desordenado teremos inevitavelmente problemas no futuro’’, alerta o
advogado.
O advogado ribamarense Gedeão Wollf: preocupação com o crescimento populacional desordenado da cidade maranhense São José de Ribamar |
O
inchaço populacional sentido por todo território da cidade maranhense, longe de
ser ocasionado pelo êxodo rural decorrente da busca de oportunidades em grandes
centros urbanos, está diretamente relacionado à ausência de planejamento e
medidas específicas voltadas para o mapeamento e organização espacial do
município. Uma realidade, que para Gedeão Wollf, tende a se tornar a cada dia
pior. ‘’ São muitas invasões surgindo a todo o momento e sem nenhuma
fiscalização por parte dos órgãos competentes, eu penso que o Governo Municipal
deveria agir com rapidez implantando uma política de habitação que organize e
fiscalize esses povoamentos’’, aconselha.
Ao deus dará- A extensa São José de Ribamar é
constituída por mais de 200 povoados, entre bairros, vilas, pequenas
localidades, comunidades rurais e pequenos e médios condomínios. Integrando a
região metropolitana da capital do estado São Luís, ao lado das cidades
vizinhas Raposa, Alcântara e Paço do Lumiar, a cidade é alocada pela administração
municipal como uma suposta referência de gestão exemplar. No entanto, permanentemente
a gestão do PMDB naquele município esbarra em questões primárias e por vezes rudimentares
a exemplo dos muitos conglomerados populacionais desordenados hoje existentes
na ovacionada cidade mais católica do Maranhão.
O
desleixo do Governo Municipal com o processo de habitação contínua pelo qual
passa São José de Ribamar é um exemplo dessa triste realidade, que segundo
Wollf, corrobora também para a inoperância do CREA maranhense, que em São José
de Ribamar, ainda segundo o advogado, não tem atuação presente. Gedeão Wollf
expõe o cenário. ‘’ Você não vê placas que sinalizem para a fiscalização e
acompanhamento das áreas povoadas, o CREA é ausente, a secretaria de obras do
município é ausente e todos os demais órgãos que deveriam acompanhar de perto
levando os procedimentos cabíveis estão ausentes, a imagem que se vê é que está
tudo ao deus dará’’, lamenta.
A
equipe de reportagem da Agência Baluarte tentou contatar o secretário de obras
da prefeitura de São José de Ribamar, Antônio Garrido, para obter esclarecimentos
sobre as denúncias, mas até o fechamento dessa matéria nenhuma ligação havia
sido atendida. Posteriormente, tentamos contatar a diretoria do CREA do estado
do Maranhão, mas não obtivemos êxito. Por fim, ainda tentamos contato exaustivo
com o titular da Secretaria de Governo da administração Gil Cutrim, Fredson Froz, mas o telefone anunciou fora
de área ou desligado em todas as tentativas. Sabe-se, porém que os povoamentos
desordenados irrompem frequentemente naquele município. Sem nenhuma forma de
acompanhamento da prefeitura local, é claro.
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VoçorocasHá uma hora
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SEMPRE FOI FAVELA A PREFEITURA NAO TA NEM AI
ResponderExcluirCARLOS AUGUSTO DA KIOLA
Gostei da reportagem e o povo do minha casa minha vida só taxa pra pagar e nao tem resposta de parar a cobrança nossaaaa gente que malvadeza
ResponderExcluirliciane
Atallaia o Nova Era ta sendo massacrado pela pela policia com o pppooovo vaii llla cara o negocio ta feio láa
ResponderExcluirProfessor João Herique da Matinha