sexta-feira, 14 de novembro de 2014
3 PERGUNTAS PARA O PROF. DR. SOFIANI LABIDI
Sofiani Labidi é Doutor em Inteligência Artificial pelo Instituto Francês de Pesquisa em Informática e Automação (INRIA), Mestre em Gestão e Modelagem de Conhecimento e Graduado em Ciência da Computação pela Universidade de Nice Sophia Antipolis na França. Ele é Professor-Visitante da Universidade de Lisboa, e Professor Permanente da Universidade Federal do Maranhão -UFMA, onde coordena o Laboratório de Sistemas Inteligentes -LSI, orienta inúmeros projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e formou mais de 70 mestres e doutores -um recorde no Maranhão nos últimos anos.
  
Labidi foi presidente do Simpósio Brasileiro de Inteligência Artificial SBIA -2004 e suas áreas de Pesquisa envolvem: Engenharia e Gestão do Conhecimento, Tecnologias Educacionais, Telessaúde, I-Business, além de Mapeamento e Gerenciamento de Processos de Negócio. 
O professor ocupou ao longo de sua trajetória vários cargos, tais como Coordenador do Núcleo de Educação a Distância do Polo da Saúde da UFMA, Pró-Reitor de Pesquisa da Universidade Virtual do Maranhão, Diretor-Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (FAPEMA) por 4 anos, e Coordenador do Programa São Luís 400 Anos. 

 Atualmente, Sofiani Labidi é consultor do SEBRAE na área de Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, Presidente da Academia Maranhense de Ciências-AMC e Vice-presidente da Aliança Francesa.  Em 2006, Dr. Labidi, como é mais conhecido, recebeu o título de Cidadão Maranhense pela Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, e o Mérito Timbiras, maior comenda do Governo pelas relevantes contribuições à Ciência do Maranhão.Em agosto de 2012, ele recebeu também o título de cidadão ludovicense. 

Sofiani é pré-candidato à Reitoria da UFMA em maio de 2015 onde pretende empreender um projeto que, segundo ele, será de grande envergadura na área do Conhecimento no estado. Nessa entrevista à Agência de Notícias Baluarte, o especialista plural lança luz sobre aspectos relevantes do cenário da Ciência e Tecnologia do Maranhão; suas conjecturas; desafios e realidade. Aproveitem ao máximo e boa leitura. 

Por Fernando Atallaia
Editor-Chefe da Agência de Notícias Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com 

Agência de Notícias Baluarte- Como presidente da Academia Maranhense de Ciências e ex-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e  Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, como o Sr. vê a realidade da Ciência no estado, na época atual?
Sofiane Labidi- Apesar de alguns avanços observados na área, o Maranhão ainda não entrou no mapa da ciência do País. Temos poucos cientistas e poucos programas de pós-graduação stricto sensu e consequentemente produzimos pouca ciência e inovação (artigos científicos e patentes).  O Maranhão, com mais de 7 milhões de habitantes, ainda não atingiu o patamar dos 1000 doutores no estado; isto é, temos menos de um doutor para cada 7000 habitantes.  É a pior taxa de doutores do Brasil. Desses, menos da metade faz pesquisa, ou seja, faz ciência.  Além disso, a ciência produzida no Maranhão não é geradora de riqueza e está pouco contribuindo para o desenvolvimento local.  Nossas universidades estão mal colocadas no ranking regional e nacional.  Infelizmente, falta estrutura básica como laboratórios, centros de transferência de tecnologia, redes de pesquisa, incubadoras de empresas, parques tecnológicos, polos de software, etc.  O desafio é grande; mas temos hoje bastante recursos e há como reverter o quadro atual.
O Prof. Dr. Sofiani Labidi, da Universidade Federal do Maranhão e da Academia Maranhense de Ciências: ''O Maranhão é o único estado da Federação que não possui um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação''. 
Agência de Notícias Baluarte- Porque o Maranhão ainda apresenta de forma tímida e com poucos avanços um Setor tão emblemático e estratégico ao desenvolvimento do estado?

Sofiane Labidi- Há muitas razões para isto.  No nosso estado, a área da Ciência e Inovação nunca foi tratada com seriedade e nunca foi vista como uma área prioritária.  Para você ter uma ideia, o Maranhão chegou a extinguir um órgão tão importante como a FAPEMA por mais e cinco anos, de 1998 a 2003.  Além disso, há uma lei que garante para a FAPEMA meio por cento da receita líquida do estado; no entanto, esta lei só começou a ser cumprida a partir de 2011.  Durante muitos anos, o orçamento da FAPEMA era tão irrisório ao ponto de ser o segundo pior orçamento de uma fundação de amparo à pesquisa no País; só éramos melhores que o Piauí.  O Maranhão é o único estado da federação que não possui um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.  O Maranhão é o único estado do norte-nordeste que não possui um parque tecnológico, um polo de software, incubadoras de empresas, etc.  Isto é muito prejudicial para a Ciência do Maranhão e para o desenvolvimento de nosso estado.

Agência de Notícias Baluarte- Em sua opinião, quais os principais desafios a serem enfrentados pelo Governo na área da Ciência e Tecnologia nos próximos quatro anos?

Sofiane Labidi- Todos os países, estados, e municípios desenvolvidos, tiverem a felicidade de investir no Conhecimento como setor prioritário, e de integrar suas estratégias de desenvolvimento à ciência, tecnologia e inovação como área transversal a todos às demais áreas.  Precisamos urgentemente, após uma consultar à Academia Maranhense de Ciência -AMC, à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência –SBPC, às universidades, e a sociedade em geral, elaborar o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação. Este plano de ação deve priorizar a formação, atração, e fixação de Doutores buscando dobrar o quantitativo atual dos doutores pelo menos até 2018.  Precisamos investir na consolidação e expansão do sistema estadual de C&T implantando projetos estruturantes como as incubadoras de empresas, parques tecnológicos e os polos de conhecimento e transferência de tecnologia.  Precisamos apoiar cada vez mais nosso pesquisador e favorecer os intercâmbios com grandes centros de pesquisa no país e no mundo.  Precisamos, sobretudo, abrir nossas universidades para interagir com a sociedade: micro e pequenas empresas, indústria, e comunidade em geral buscando transformar o conhecimento gerado em riqueza e bem-estar social.  Além disso, precisamos focar em áreas estratégicas como, por exemplo, a biotecnologia, nanotecnologia e aeroespacial.  Creio também que precisamos apoiar projetos de popularização da ciência e de desenvolvimento social incentivando a elaboração e uso de tecnologias assertivas, etc. 



10 comentários:


  1. Entrevista muito esclarecedora, doutor Sofiani é a maior autoridade deste assunto aqui no estado, parabéns querido você acertou.

    Elisangela

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  2. Parabéns. Gostei da opinião dele, muito valiosa.
    Natércia Lima, de Caxias-MA

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  3. Muito preparado e competente, esse moço estar a frente de seu tempo, realmente o dr sofiani é uma referencia e grande do ensino e da educação cientifica, adorei a entrevista, parabens para esse blog que é show de bola nota 10 mesmoo beijosssss gentee/patricia morais , renascença 2 , sou aluna do ceuma

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  4. Grande Sofiani- foi meu professor. Parabens mestre,
    Adriano , UFMA

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  5. Tenho o privilegio de conviver com este cientista. Posso declarar sem meias palavras que o Professor de fato é um visionário obstinado.

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  6. Excelente combinação do saber, conhecimento e altruismo em uma só pessoa.
    Dono de uma inteligência sem igual, o professor Labidi com certeza, chegará ao que veio, com merecido respeito que lhe cabe.
    Sucesso, professor! Sou sua fã!
    Iêda

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  7. Devia ser o secretário de Ciencia de Flavio, mas a politiquice dos partidos nao deixou. É Uma pena.
    Ana Patricia Santiago- Observatório-UFMA

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  8. O que interessa a eles é um MARANHÃO PEJORATIVAMENTE RURAL e isso só pra segurar o CURRAL. LEIAM A SEGUNDA RESPOSTA DO DR. pois ele fala tudo a esse respeito. MARANHÃO VERGONHA PRO PAÍS, ISSO SIM.
    DIEGO

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  9. Estamos atrasados ha 40 anos nesse setor. Quero ver é daqui pra gente.
    Boa entrevista. Felipe

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  10. Fernando, pergunte ao dr. Sofiani o que ele acha da indicação de Birakkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Nelsinho

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