domingo, 4 de outubro de 2015

Polícia Civil cumpre mandados de prisão contra prefeito de Paulo Ramos

As suspeitas de envolvimento do prefeito Tancledo Lima Araújo com os casos de agiotagem vêm sendo investigadas desde 2012, após a morte do jornalista Décio Sá

Sandra Viana 
Em mais uma etapa das investigações de agiotagem no estado, integrando a operação denominada Bocage, a Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão, desta vez, contra Tancledo Lima Araújo, prefeito de Paulo Ramos. Equipes da Comissão de Investigação de Agiotagem da Superintendência Especial de Investigação Criminal (Seic) estiveram na sede da prefeitura e em residências do chefe do Executivo localizadas no município e em Teresina, no Piauí. Foram apreendidos computadores, vários documentos, equipamentos eletrônicos e agendas pertencentes ao prefeito. “Esse material será analisado para averiguarmos qual a participação do suspeito. Com essas apreensões, acredito que teremos um farto suporte para apontarmos o grau de envolvimento no crime”, disse o presidente da Comissão de Investigação de Agiotagem da Seic, delegado Roberto Wagner Fortes.
Os mandados de busca foram cumpridos em dois apartamentos localizados em endereços diferentes na cidade de Teresina, que são de propriedade do prefeito; além da sede da Prefeitura de Paulo Ramos e uma residência dele no mesmo município. Em um dos apartamentos de Teresina, a polícia apreendeu agendas, documentos, celular, pen drives e um notebook. No outro, foram encontrados dois estrangeiros que alugavam o espaço, sendo um deles com situação irregular no país. “Por não haver ligação destas pessoas com a investigação, nada foi apreendido e o caso de irregularidade de permanência de um dos inquilinos encaminhamos ao órgão local competente”, explica o delegado Fortes.
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As suspeitas de envolvimento do prefeito Tancledo Lima Araújo com os casos de agiotagem vêm sendo investigadas desde 2012, quando foi deflagrada a Operação Detonando. À época, a polícia apreendeu vários cheques da Prefeitura de Paulo Ramos com os empresários José Alencar Miranda e Gláucio Alencar, pai e filho, acusados de mandantes da morte do jornalista Décio Sá
As suspeitas de envolvimento do prefeito Tancledo Lima Araújo com os casos de agiotagem vêm sendo investigadas desde 2012, quando foi deflagrada a Operação Detonando. À época, a polícia apreendeu vários cheques da Prefeitura de Paulo Ramos com os empresários José Alencar Miranda e Gláucio Alencar, pai e filho, acusados de mandantes da morte do jornalista Décio Sá. Na ocasião, foi apreendida uma série de anotações indicando altos valores, fornecimento de merenda escolar, medicamento e aluguel de máquinas pesadas, todos referentes ao município de Paulo Ramos e em nome do prefeito Tancledo. A operação da última quinta-feira foi denominada Bocage em referência ao poeta português satírico que acusava os médicos de matarem seus pacientes com as indicações de medicamentos dadas nas receitas. Isso por ser médico o prefeito suspeito de envolvimento com crimes de agiotagem. “Mais operações serão realizadas. A polícia tem uma vasta lista de pessoas a serem investigadas. As investigações seguem com êxito”, ressalta Roberto Fortes.
Operações
Decorrente das operações contra o crime de agiotagem, já foram presos vários prefeitos, entre eles, o de Bacabal, Raimundo Lisboa, e mais quatro pessoas ligadas à Prefeitura de Bacabal tiveram a prisão decretada: Manoel Moura Macedo, Francisco de Jesus Silva Soares, Maria do Carmo Xavier, Ezequiel Farias e Aldo Araújo Brito (ex-presidente da comissão de licitação).
Também detidos os prefeitos Edvan Costa (Marajá do Sena), Richard Nixon (Bacuri); ex-prefeito de Marajá do Sena, Perachi Roberto Farias; ex-prefeito de Zé Doca, Raimundo Nonato Sampaio; o contador José Epitácio Muniz; e o empresário Josival Cavalcante da Silva, conhecido como Pacovan. Ainda a ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Barros, e o filho, Eduardo Barros, apontado como líder de grupo de agiotagem. Entre os crimes que podem ser atribuídos aos suspeitos, estão agiotagem, peculato, formação de quadrilhas, uso de documento falso, desvio de verbas e recursos públicos.
As investigações dos crimes de agiotagem no Maranhão pela comissão de delegados da Seic, iniciaram em 2012, motivadas pelo assassinato do jornalista Décio Sá. Ele teria sido morto por fazer postagens em seu blog denunciando um grupo de empresários. Foram presos como mandantes da morte do jornalista José Miranda e Glaúcio Alencar, pai e filho, que também foram acusados de comandar os esquemas de agiotagem.
A investigação foi apelidada de Detonando, em referência ao jornalista que era chamado de ‘detonador’, pelas postagens denunciativas em sua página. Quatro operações já foram deflagradas resultado da Detonando: Morta Viva, Imperador, El Beirute, Maharaja e Bocage. Mais de 50 pessoas foram investigadas, incluindo prefeitos, ex-prefeitos e empresários. Em volume de recursos, segundo as investigações parciais, podem ter sido movimentadas somas acima de centenas de milhões nos mais de 40 municípios investigados até o momento.

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