quinta-feira, 12 de novembro de 2015
POESIA SEMPRE!
LEIA NA ÍNTEGRA O POEMA ‘JOYCE ESCANDINAVA’ DA OBRA INÉDITA ODE TRISTE PARA AMORES INACABADOS DO POETA E
ESCRITOR MARANHENSE FERNANDO ATALLAIA
Joyce escandinava
Uma pátria hoje no longe daqui
Mundos diversos aos papagaios
intranquilos
Respondo à lama como num declive da
imaginação restante
A que ano hora ou minutos chegaram
eles trazendo de si a tempestade?
Pois que o amor é uma torre alta bem
cravada nas nuvens invisíveis
 |
Onde toca sangra
Onde olha molha
Onde canta devolve ao pobre diabo a
sua última aurora
Teus vermes de sapatos perseguem
ainda a majestade da tua loucura?
 |
É rarefeita a moça sob as bancas de
legumes
É rarefeita a luz que leva sob a
saia congelada
Sua triste e inconformada pureza
apodrecendo entre as feiras das peles Mendigando
 |
Uma xicara de café, senhora. Um bolo
de macaxeira, senhorita
Que instante-cão sob o vão da
falseada embriaguez
Quem calará o sol arrebentando na
abóboda?
Este o anti-herói da menina de 23
Um animal alucinado ao meio dia das
mulheres espalhadas, ralas
Quantas já passaram com suas mortes
pelo beco acima visto
A quebrar espelhos entre balcões já
miseráveis
O que você quer dela se nem a carne
fala mais ao carbono da epiderme?
O que queres tu? Uma faceta incólume
a esta altura?
É dela a vida rasgada pelas
trilhas implacáveis
Automóveis te roubaram a esperança
desta vez
Os motoboys não sabem como notificar
a luz do pulsar da noite
 |
Amanheceu. Tua alma clama Joyces de
esquina. Há outra mais clara. Joyce escandinava. Um libelo sem palavra te
apunhalando a consciência, a tara E os centavos
Por onde estão indo? Porque batem os
pombos na janela se não há milhos
(...)
Porque?
Fernando Atallaia, São Luís, Outubro
de 2015
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''O que queres tu? Uma faceta incólume a esta altura?'' MUITO SHOW.
ResponderExcluirAna Paula-UFMA