quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Nos 388 anos de nossa cidade, reproduzimos na íntegra a crônica do 'ribamarense da gema', Nathan Carvalho. Boa leitura:
São José de Ribamar 388 anos
POR NATHAN CARVALHO |
Aos 30 anos, relembro fatos muito bons de São José de Ribamar, com um
saudosismo tremendo. Sou da época em que as férias eram aguardadas com
ansiedade, pois nossos primos e amigos vinham todos pra cá para os jogos de
férias, andar de patins pelas ruas até o Cais, aonde pulávamos sem medo do
temido peixe Mero, saudades dos velhos torneios de praia aonde se armavam
quatro campos de futebol e equipes como Esportivo, Os profissionais, Verona,
Moropóia, Santarém disputavam sadiamente pra depois tomar aquela cerveja no bar
do finado Barriga.
Sentar nos bancos em frente à igreja e conversar por horas a fio e a
única preocupação era pela briga dos pais pois o adiantado da hora já se fazia
e não queríamos ir embora. Não havia preocupação com o perigo das ruas, pois o
máximo que temíamos era topar com Orôca, Leão Vesgo, Beleleu, Ermínio, Maria
Cacetão e correr das pedras quando éramos nós quem os perturbávamos e não o
contrário. Sou do tempo das correrias nas ruínas do Velho Cinema, das
brincadeiras nas dependências da antiga CAEMA, das subidas na caixa d'água para
admirarmos a cidade do alto. Tempo bom o das boas festas no antigo Portuguesa
Show, Bola de Ouro, Clube Jacaré de onde saíamos a qualquer hora da madrugada
para namorar na feira e depois voltávamos pra festa ilesos, o super aguardado ‘Se
Rolar Rolou’ no antigo mercado municipal. Das festas dos grupos de jovens, ahhh
o nosso saudoso São João na Tondela aonde aproveitávamos todas as etapas, da
construção das barracas, passando pelas festas e terminando correndo em cima
das barracas de palha quando findava o São João.
Saudades das brincadeiras de pique-esconde no antigo terreno da família
Maciel, aonde hoje é a Toca do Cruzeiro e lá morava o temido Bicho do Olhão,
mas ninguém deixava de se esconder por lá nas noites de lua ou travar guerras
de mamona. Eita coisa boa era pegar passarinho na solta do São Benedito, roubar
manga no quintal do finado Sargento Cheiro e mesmo assim ele deixava rolar a
velha pelada no fim da tarde de onde geralmente eu vinha com o tampo do dedão
arrancado. Do pão massa fina de finado Pedro Piranha com o picolé de papai
Hélio, aonde íamos trocar por garrafas vazias e finado Téo junto com finado
Arjemiro diziam: Aqui não vende fiado pra menino, rasga!! Rs. Das boas
conversas com finado Crispim na eterna sapataria. As brincadeiras de cola
correndo por entre os túmulos do cemitério municipal. As velhas andanças do
Caúra pra Panaquatira, as brincadeiras de rouba-bandeira no meio da rua até
tantas horas... Não posso esquecer dos nossos blocos Ecológico, Explosão, As Cachorras
aonde a diversão reinava.. Ah minha cidade, tu tens tantas histórias, me destes
tantas alegrias e eu não poderia deixar de te homenagear. Ainda sonho com
tempos melhores pra ti, tempos como aqueles nossos, como estes aqui contados,
eu sou teu filho e jamais te abandonarei, por que te amo. Ainda teremos muitas
histórias pra contar, histórias boas, em tempos melhores... Parabéns minha
amada São José de Ribamar pelos seus 388 anos.
NATHAN CARVALHO É 'RIBAMARENSE DA GEMA'. MORA NA SEDE DA CIDADE.
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