quarta-feira, 15 de junho de 2016
POESIA SEMPRE!
Leia na íntegra o poema As Putas de Allegro da obra inédita homônima de autoria do poeta e jornalista maranhense Fernando Atallaia



As Putas de Allegro 



Elas são como pêssego depurado    

Calda pisada de cacau no melaço do trabalho

Pinga panela e leite coalho



Elas são como as frutas tenras de estrada

A cada último vinho barato de prateleira

Uma nova semântica respingando lamentações

Sertões

Lábios ressecados 

Resultado de imagem para PROSTITUTAS GATAS

Elas são as noivas tecelãs mais desejadas e viçosas de Allegro
Ruivas amarelas brancas negras louras no país dos apaixonados

Uma que cai aos quartos

Outra que sai às salas

A mais velha antiquada ao tempo

A mais nova brotando às paredes



Elas são como nuvens despendidas à imaginação do vento

Embaladas pela calmaria dos jambeiros avermelhados

Carmesins na puberdade das chitas de mercado

Lavradores bem servidos as sabem sempre ao meio dia 

Resultado de imagem para PUTAS DA DECADA DE 70

Elas mais que a dor são a auréola da alegria
Uma as tranças balançando

Outra aos olhos apartados

Esperança fulminante de poros esquecidos pelas mãos que não vieram esta noite e Nas passadas



As Putas de Allegro. As belas moças dos caminhos soturnos de João, Pedro, Antônio e Mariano  

O fazendeiro, o triste pai, o filho só e o mestre das obras sem merecimento

De um lado, a vida crua das retinas nos grotões

Do outro, a lua míngua como paradeiro do último homem à cadeira


Resultado de imagem para PUTAS DA DECADA DE 70

Elas são a poeira e o norte dos senhores repartidos no escuro
Os mancebos puros estraçalhados pela viva consciência de que nada foi roubado

A inocência como bandeira

Elas, o espanto da rendeira em ganhar mundo e novas plagas



As putas de Allegro

De uma terra distante do pavor das geleiras violentas  

De uma feira outra que não a mesma dos olhos não famintos

Folhas famigeradas que caem sobre as cordilheiras

A face das meninas e da progenitora aos lagos tristes solitários

A face das meninas...

  
Fernando Atallaia, São José de Ribamar, Janeiro de 2001 

4 comentários:

  1. Atalaia toda mulher é uma puta na cama e uma dama na sociedade....Voce so ganha a admiração de todas nós meu lindo com suas classicas/modernas poesias.
    Eu te admiro muito......

    Rosana-UFMA

    ResponderExcluir
  2. Vc manejá bem as palavras, mais esse tipo de poesia não me agrada muito..

    ResponderExcluir
  3. As mulheres do nosso Brasil, incluindo as prostitutas que você tanto defende, um dia vão lhe homenagear, pois você merece, parabéns, poesia muito linda realmente. Katia sua amiga da Sectur

    ResponderExcluir

Postagens mais visitadas

Pesquisar em ANB

Nº de visitas

Central de Atendimento

FAÇA PARTE DA EQUIPE DA AGÊNCIA DE NOTÍCIAS BALUARTE

Denúncias, Sugestões, Pautas e Reclamações: agencia.baluarte@hotmail.com

atallaia.baluarte@hotmail.com

Sua participação é imprescindível!

Nossos Seguidores

Parceiros ANB