sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Coluna do Fernando Atallaia
Um novo modelo de se fazer Cultura diante da barbárie
Por Fernando Atallaia
O caos na Segurança Púbica e o demais problemas sociais que vem destroçando São Luís e o Maranhão não podem ser dissociados da maneira
com a qual a Cultura enquanto área estratégica da Gestão Pública foi aplicada
em nosso estado.
Passamos décadas e, ainda estamos vivenciando
a área cultural, como ela sempre nos foi apresentada: entretenimento passadiço
e comemorações festivas. O crescimento da violência, da insegurança e
criminalidade tem raízes fundas nessa esfera de alienação.
Roseana fantasiada: por décadas ela utilizou a capilaridade eleitoral das brincadeiras |
Sim. A Cultura no Maranhão sempre esteve a
serviço daqueles que designados para geri-la nunca a pensaram como setor
emblemático voltado para o fortalecimento da identidade cultural de nosso povo
e enfrentamento do embrutecimento que leva à barbárie, coadunando para o
total esfacelamento de nossa humanidade.
Os governos de Roseana Sarney foram pioneiros
na utilização desses mecanismos de dominação. Roseana por muitas vezes se auto intitulou a ‘governadora
da cultura’ querendo dessa forma passar a imagem de que venerava a Cultura do
Maranhão, era sua devota e maior defensora. Fez, inclusive, grande parte da
população maranhense acreditar nessa mentira por décadas.
Flávio Dino: qual é mesmo o conceito do 'governo da mudança' para o Setor estratégico? |
Roseana, a bem da verdade, usava a força
eleitoral das agremiações e brincadeiras folclóricas para reeleger-se e manter seu
projeto de poder no estado, estável. Foi a gestora que mais explorou essa conveniência,
passando-se por ‘boazinha’. Para oficializar a postura, se fantasiava
literalmente e ao microfone cantarolava ‘hits’ de grupos como 'Bicho Terra'. Uma
de suas ferramentas de adestramento eleitoreiro no governo.
Hoje, a Grande São Luís e o Maranhão como um
todo, são reflexos desse maquiavelismo que ainda opera no campo cultural. O Setor
nunca foi visto e, continua a não ser, a partir das demandas sociais do estado
que são enormes. Não há ações culturais expandidas (oficinas, cursos, construções
de centros culturais, estrutura/viabilidade aos agentes e artistas, dentre muitas outras que
sejam permanentes e estruturais) aos municípios maranhenses como bandeira de
uma gestão arrojada que teria por obrigação combater os índices de exclusão
social, aproximando população (juventude, como prioridade, assinale-se) dos
dados e informações culturais. Envolvimento como resposta às desigualdades. Arte
como resposta à criminalidade.
Ester Marques já mostrou por A mais B que tem tudo para estacionar no entretenimento barato. O que esperar dela? |
A atual secretária de Cultura do Estado do
Maranhão, Ester Marques, não anunciou até aqui medidas da Pasta para os próximos
quatro anos. A única coisa que se sabe é que (até por ser de praxe e institucional)
se realizarão os Festejos Juninos e o Carnaval que se aproxima. Mas outra
proximidade se faz urgente: aquela que o povo maranhense nunca sentiu de fato
com seus artistas- por estarem estes distantes de sua crua e miserável realidade-,
e com as politicas culturais que por aqui sempre serviram a uma dúzia de
integrantes das panelinhas de sempre. Chegou a hora do artista do Maranhão ir aos bairros, cidades e municípios longínquos. Ganhar mundo.
A cultura do Maranhão, seus criadores e obras,
precisam ser compartilhados no sentido de se construir um tempo onde as novas gerações de artistas surjam visando a continuidade do fenômeno cultural no estado. Se faz premente a abertura do leque da democratização do Fazer Artístico. Se
assim não for, é preferível que Roseana e seu comboio de exploradores que
passaram pela Secma, retornem. De seis por meia dúzia, como se sabe, o Maranhão
ainda é cheio.
Fernando Atallaia é poeta, músico, compositor e produtor cultural. Foi um dos fundadores e integrantes dos movimentos 'A Vida é uma Festa', 'Grupo
Carranca de Poesia', 'Festiveiros', 'O Canto da Ema' e em 2010 fundou o Movimento da
Mobilização Social e Cultural Baluarte-MSCB, que reúne mais de 90 artistas de vários
segmentos da Arte produzida no estado. Nasceu em São Luis do Maranhão em 1979.
Coluna republicada no portal Receptivo MA e Jornal A Tarde (impresso).
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Atalaia,
ResponderExcluirTu puseste essa foto para homenagear o cantor barriqueiro, figura carimbada nas festas da branca, que vai ser nomeado assessor na Secretaria da Cultura? Essa é a mudança que Flávio Dino anunciou? Isso é que é gozar da cara do pessoal que fez campanha para Flávio Dino. Na próxima eleição vou fazer campanha contra Flávio Dino e até gravar depoimento para os adversários, e tenho certeza de que serei nomeado para trabalhar no governo. Flávio Dino ganha eleição com os amigos e governa com os adversários. Bonito pra vocês, caras de babacas.
Vai ser como as outras.... Buhaaaaaaaaa Marcio José da EMEM
ResponderExcluirVai continuar o pao e circo meus caros, naos e irritem. hehehehehehe
ResponderExcluirLaercio Santos
QUEM VAI MANDAR É ROBERTO COSTA MEU IRMÃO E PONTO FINAL. MOISÉS PROFESSOR E POETA DE BURITICUPU.
ResponderExcluirAcabei de ver! Tanta coisa por dizer.. Tanta coisa por fazer! Sigamos refletindo e atentos! O Maranhão é um estado muito rico! É uma pena que ainda esteja tão abandonado em todos os setores! Me preocupa o fato de ainda continuarmos com expectativas e a esperar que os outros sempre dação algo! Ainda não sabemos nos organizar e nos mobilizar para a resolução de pequenas coisa! Estamos sempre à espera de algo ou alguém! De um prefeito, de um governo que venha a solucionar tudo! Temos uma classe que não se mobiliza, que não se apoia, que não se encontrar! Temos que aprender a exigir! Temos que aprender muito que aprender sobre nossos direitos e sobretudo deveres! Não quero fazer política! Meu discurso político é minha arte! Minha expressão! O texto revela o que já sabemos! Embora cegos a esperar de um milagre! Eu continuarei por aqui a fazer mais! Por como disse dia B. Brecht: pensar e não fazer, continua sendo não pensar! Flávia Teixeira
ResponderExcluirBoi boi boi da cara preta e só boi boikkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Denise aqui do CACEM
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